Quais os principais tratamentos para o autismo? - Carla Ulliane

Quais os principais tratamentos para o autismo?

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Como vocês já perceberam meus posts buscam responder questionamentos frequentes dos pais em meu cotidiano profissional. Então, neste post vou falar um pouco sobre a importância do tratamento precoce e as principais formas de tratamento no autismo.

Um dos maiores problemas enfrentados no tratamento do autismo se refere a demora no encaminhamento do paciente, de modo que, quando acontece, os sintomas podem estar consolidados dificultando a intervenção do terapeuta. Geralmente os pais buscam ajuda quando os filhos já estão frequentando a escola. Isto ocorre porque nos primeiros anos de vida os sinais que indicam um possível risco de autismo não são facilmente identificáveis ou até são, mas os pais, familiares e médicos não dão a devida importância.

Na minha prática clínica, observo que os pais só se dão conta quando o atraso na fala persiste, ou seja, muitas vezes só procuram ajuda em torno dos três anos de vida. Assim, perde-se muito tempo no que se refere à uma intervenção precoce, como também nas possibilidades de mudança no quadro sintomático que foi se constituindo com o tempo.

É fundamental informar aos pais que a idade inicial do tratamento é considerada um dos principais fatores que determinam a evolução do caso. Lembrando que, não somente a idade, mas também outros fatores como: tipo do tratamento, frequência aos atendimentos e envolvimento da família no processo terapêutico.

Assim que a criança é diagnosticada com autismo, os pais devem buscar um tratamento o mais rápido possível, lembrando que o mesmo é multidisciplinar. Os tipos mais comuns de tratamento são:

TEACCH

Abordagem Teacch para tratamento do autismoEsse método é baseado em uma avaliação chamada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) com o objetivo de avaliar a criança considerando seus pontos fortes e principais dificuldades, buscando com isso um programa individualizado. Para isso, baseia-se na organização do ambiente físico por intermédio de rotinas organizadas em quadros, painéis ou agendas e sistemas de trabalho, de modo a adaptar o ambiente para facilitar a compreensão da criança, bem como entender o que se espera dela.

O TEACCH busca por meio da organização do ambiente ao redor e das tarefas da criança meios de trabalhar a independência do aluno, de modo que ele continue necessitando do professor para o aprendizado, contudo que seja o mais independente possível.

ABA 

abordagem terapêutica ABAA sigla significa Análise Aplicada do Comportamento. Este tratamento comportamental analítico do autismo busca ensinar as crianças habilidades que elas ainda não possuem, por intermédio da apresentação dessas habilidades trabalhadas por etapas. Assim, cada uma é ensinada de acordo com um esquema individual, apresentando-a por meio de associação com uma indicação ou instrução.

Caso seja necessário, utiliza-se de um apoio para auxiliar a criança, contudo ele deve ser retirado logo para não haver dependência dele. Um dos objetivos é tornar o aprendizado o mais agradável possível, bem como ensinar a criança por meio da identificação de diferentes estímulos.

PECS

Sistema de comunicação por troca de figurasA sigla PECS deriva da expressão Picture Exchange Communication System, isto é, Sistema de comunicação através da troca de figuras. Este modelo de tratamento foi desenvolvido com o objetivo de ajudar crianças e adultos com autismo e outros distúrbios do desenvolvimento a construir habilidades comunicativas. O sistema pode ser utilizado tanto com pacientes que não se comunicam quanto com os que possuem baixo desempenho comunicativo. O PECS busca ajudar a criança ou adulto a perceber que por meio da comunicação é possível alcançar seus objetivos, satisfazer suas necessidades, expressar seus desejos, enfim, estimula-se o despertar para a importância de comunicar-se com o outro e o mundo.

Esses são alguns exemplos de tratamento no autismo, lembrando que existem outras formas de intervenção, como a equoterapia, a musicoterapia, entre outras. Os tratamentos psicológicos e fonoaudiológicos não apresentam uma linha padrão de modo a uniformizar a intervenção no autismo. A abordagem depende diretamente da visão teórica do profissional, seus objetivos a serem alcançados na terapia, como também do bom senso para analisar qual tratamento melhor se adequa a cada caso.

Atualmente fala-se muito em um tratamento pautado na Integração Sensorial no TEA (Transtorno do espectro autista), muito em breve me dedicarei a escrever mais a fundo sobre esse tratamento e compartilharei com vocês.

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Fonoaudióloga e Mestre em Educação pela UFS, Carla Ulliane atende crianças autistas e com atrasos na aquisição da linguagem. Além de clinicar, presta serviços de consultoria em Educação Inclusiva e ajuda os pais a lidar com o peso do diagnóstico de autismo como Coach.

1 ideia sobre “Quais os principais tratamentos para o autismo?

  • Bom dia,me chamo Nice ,venho pedir ajuda para uma mãe que tem uma filha altista a mesma busca ajuda nos órgãos públicos e até agora não consegui ,a filha tem 16 anos e sofrendo com crises e convulsão poderia por favor ajuda _la mãe Roselene Ferraz e filha Thais ferraz

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