Como vocês já perceberam meus posts buscam responder questionamentos frequentes dos pais em meu cotidiano profissional. Então, neste post vou falar um pouco sobre a importância do tratamento precoce e as principais formas de tratamento no autismo.
Um dos maiores problemas enfrentados no tratamento do autismo se refere a demora no encaminhamento do paciente, de modo que, quando acontece, os sintomas podem estar consolidados dificultando a intervenção do terapeuta. Geralmente os pais buscam ajuda quando os filhos já estão frequentando a escola. Isto ocorre porque nos primeiros anos de vida os sinais que indicam um possível risco de autismo não são facilmente identificáveis ou até são, mas os pais, familiares e médicos não dão a devida importância.
Na minha prática clínica, observo que os pais só se dão conta quando o atraso na fala persiste, ou seja, muitas vezes só procuram ajuda em torno dos três anos de vida. Assim, perde-se muito tempo no que se refere à uma intervenção precoce, como também nas possibilidades de mudança no quadro sintomático que foi se constituindo com o tempo.
É fundamental informar aos pais que a idade inicial do tratamento é considerada um dos principais fatores que determinam a evolução do caso. Lembrando que, não somente a idade, mas também outros fatores como: tipo do tratamento, frequência aos atendimentos e envolvimento da família no processo terapêutico.
Assim que a criança é diagnosticada com autismo, os pais devem buscar um tratamento o mais rápido possível, lembrando que o mesmo é multidisciplinar. Os tipos mais comuns de tratamento são:
TEACCH
O TEACCH busca por meio da organização do ambiente ao redor e das tarefas da criança meios de trabalhar a independência do aluno, de modo que ele continue necessitando do professor para o aprendizado, contudo que seja o mais independente possível.
ABA
Caso seja necessário, utiliza-se de um apoio para auxiliar a criança, contudo ele deve ser retirado logo para não haver dependência dele. Um dos objetivos é tornar o aprendizado o mais agradável possível, bem como ensinar a criança por meio da identificação de diferentes estímulos.
PECS
Esses são alguns exemplos de tratamento no autismo, lembrando que existem outras formas de intervenção, como a equoterapia, a musicoterapia, entre outras. Os tratamentos psicológicos e fonoaudiológicos não apresentam uma linha padrão de modo a uniformizar a intervenção no autismo. A abordagem depende diretamente da visão teórica do profissional, seus objetivos a serem alcançados na terapia, como também do bom senso para analisar qual tratamento melhor se adequa a cada caso.
Atualmente fala-se muito em um tratamento pautado na Integração Sensorial no TEA (Transtorno do espectro autista), muito em breve me dedicarei a escrever mais a fundo sobre esse tratamento e compartilharei com vocês.