Recentemente participei do projeto “Disseminando o conhecimento” no CAPAZES (Centro de Abordagens a Pessoas Autistas do Estado de Sergipe) sendo que a palestra foi sobre adaptações curriculares para o aluno autista. Lá estavam pais e profissionais das áreas da Saúde e Educação e diante das dúvidas dos professores resolvi escrever esse post sobre algumas adaptações básicas para receber esse aluno.
De acordo com a psicopedagoga Nara Dornelas:
“A Integração Sensorial é um processo neurológico em que o sistema nervoso central organiza as informações recebidas do ambiente (interno- corpo e externo – mundo). Quando o processamento de informações ocorre de forma harmoniosa, o comportamento emitido é adequado ao contexto, e a aprendizagem ocorre sem intercorrências. Porém quando o sistema nervoso central é imaturo, a habilidade de processar e organizar as informações recebidas do ambiente é deficitária, consequentemente, comprometendo o comportamento e a aprendizagem.”
Agora que já sabem o que é Integração sensorial, como também que a maioria das crianças autistas apresentam um perfil de TPS. Parem um pouco e reflitam: como deve ser para essa criança frequentar a escola? Pois a escola é rica em estímulos sensoriais são eles auditivos, visuais, táteis, olfatórios. Desse modo, os professores necessitam elaborar mecanismos para adequar o ambiente escolar de acordo com o perfil sensorial de cada aluno. A seguir, seguem algumas dicas de como transformar esse ambiente em algo acolhedor.
Organização do espaço físico
Outro ponto importante é manter as crianças distantes de janelas e portas, pois apresentam uma grande circulação de pessoas e podem atrapalhar no desenvolvimento das atividades pedagógicas, principalmente aquelas que exigem maior atenção e concentração. Além disso, deve-se adequar a postura do aluno para fixar sua atenção, buscando cadeiras confortáveis com almofadas e/ou texturizadas, alinhar a altura da mesa com a cadeira, de modo que os pés se apoiem no chão e os cotovelos sobre a mesa.
Organização sensorial do ambiente
Assim como a organização do espaço físico também é importante a adequação sensorial do ambiente externo. Assim, pode-se utilizar mecanismos como: avisar quando uma atividade inicia, seu período de desenvolvimento e a finalização por intermédio de recursos sonoros (como músicas) ou movimentos. Além disso, buscar minimizar a presença dos ruídos de fundo (externos e internos) durante as atividades, como também utilizar um tom de voz baixo para chamar a atenção da turma.
A criação de um quadro de rotina facilita muito a participação do aluno na classe. É interessante criar algo que a criança possa tocar, cheirar, colar, de modo que o professor considere o perfil sensorial que proporcione uma melhor compreensão do contexto e organização do aluno.
Para isso, existem recursos visuais e auditivos que auxiliam nesse processo. Os visuais facilitam a atenção durante a realização das atividades em classe. Ex: engrossar as linhas do caderno com cor escura, utilizar contrates de cores para indicar regras a serem seguidas durante os exercícios. Já os auditivos servem para antecipar acontecimentos e alertar acerca de sons inesperados como a sirene por exemplo.
Materiais e brincadeiras
Outra dica é o uso de engrossadores para lápis, pois permitem o refinamento da escrita. Lembrando que é fundamental incentivar o desenho livre com os dedos, utilizando-se das mais variadas superfícies, lisas ou com texturas.
Busque construir brincadeiras que contemplem movimentos que necessitem da coordenação motora ampla, em seguida insira atividades que envolvam a coordenação motora fina. Sendo estas realizadas em diversas posições como: sentados, em pé e no chão.